Caco Barcellos denuncia assédio eleitoral no Mato Grosso do Sul

A última edição do Profissão Repórter, exibido na terça-feira (1), apresentou a trajetória de 3 cidades às vésperas do 2° turno das eleições presidenciais. Ouricuri, Pernambuco, foi a cidade brasileira que mais votou no candidato Lula, Indaial em Santa Catarina, teve maioria bolsonarista e Coronel Sapucaia, no Mato Grosso do Sul, teve um empate exato entre os candidatos, cada um com 4.254 votos. Durante as entrevistas para a reportagem, a equipe de filmagem se deparou com um esquema de compra de votos na cidade sul mato-grossense.

A menos de 48h do segundo turno, Caco Barcellos percebeu uma movimentação estranha no Centro Cultural de Coronel Sapucaia. Ao perguntar aos presentes o que estava acontecendo no local, ninguém soube responder, apenas disseram que os beneficiários do Auxílio Brasil e Mais Social haviam sido convocados. A reunião estava sendo organizada pela prefeitura, que ao perceber a presença dos repórteres encerrou o evento. Na ocasião, os organizadores recolhiam dados dos presentes que seriam enviados para o Ministério de Desenvolvimento Social. A assessora da Secretária responsável afirmou que a reunião tinha como objetivo “demonstrar o que o presidente e o governador estão fazendo pelas pessoas.”

Uma testemunha que mora perto do centro comunitário afirma que as reuniões aconteceram ao menos 3 vezes durante a semana que antecedeu o segundo turno e que nunca tinha acontecido antes. Segundo ela, além de assinar papéis para o auxílio social, os presentes também receberam dinheiro do prefeito, Rudi Paetzold, que não se pronunciou sobre o ocorrido. Outra moradora, que esteve presente em uma das reuniões, afirmou que a pauta era completamente política. “Falaram sobre o Auxílio Brasil, mas falaram só sobre política. Teria que votar no 22 se não a cidade não teria mais verbas para melhorias e o auxílio. Se você precisa do auxílio para sobreviver, você muda seu voto na hora com medo de perder o benefício.”

Após a investigação, o jornalista recebeu uma ligação, em tom de aviso, dizendo que se a equipe continuasse com a pauta seria “por conta e risco” e que era perigoso permanecer na cidade. A prefeitura não se manifestou sobre o ocorrido, a Procuradoria Regional Eleitoral do Mato Grosso do Sul investigará a denúncia.

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