Vereadores de Campo Grande repudiam atos antidemocráticos

Vereadores de Campo Grande, em sua maioria, repudiaram os atos antidemocráticos que pedem o golpe militar no país. Durante a sessão desta quinta-feira (3), o presidente da Câmara, Carlos Augusto Borges (PSB), criticou as manifestações contrárias à democracia ocorridas na capital sul-mato-grossense.

“Estamos com mandatos avalizados pelos eleitores em 2020. Imagina se os outros 800 candidatos a vereadores daquele ano viessem aqui e pedissem para anular a eleição? Nós não estaríamos aqui”, afirmou Carlão. O parlamentar acrescentou que os resultados devem ser respeitados e que nunca votou no PT antes, porém na última eleição votou em Lula porque Bolsonaro não tomou as medidas necessárias para combater a pandemia da Covid 19. “Eu perdi assessor, perdi parentes, então a maneira com que ele tratou as pessoas não me agradou”, observou.

Já o vereador João Rocha (PP) destacou que o mundo já reconheceu a democracia do Brasil e isso não pode ser tirado. “Livremente fomos às urnas e todos fizeram suas escolhas, mas o grande problema é que quando o Legislativo e o Executivo não falam a mesma língua e entram em contraditório, o poder Judiciário é acionado. Democracia é isso. Somos vereadores legitimamente eleitos e temos de contribuir para que a democracia seja solidificada”, ponderou.

O vereador Betinho (Republicanos) falou que votou em Bolsonaro e que foi convidado para as manifestações, mas recusou porque a pauta é sobre intervenção militar, o que na visão dele não é constitucional.

O Professor André Luis (Rede) usou a Tribuna e destacou a gravidade das ideias defendidas pelos manifestantes. “Não há previsão de intervenção militar na Constituição do Brasil e apologia ao golpe é previsto como crime de responsabilidade”, disse. Ele citou ainda projeto de lei que tramita no Congresso Nacional que criminaliza pedidos de ditadura ou comemoram a ditadura militar.

O vereador  Juari Lopes (PSDB) lembrou que é professor de história e, por isso, não defende nenhum retrocesso no Brasil. “O povo pedindo ditadura militar, intervenção militar, o que que é isso? Aceitem o processo eleitoral”, alfinetou.

A vereadora Camila Jara (PT) defendeu que o Legislativo tome providências quanto aos fatos envolvendo ataques à democracia. “Precisamos cobrar posição dos demais poderes, posições em relação às pessoas que atentam contra a democracia”, sugeriu petista.

Os pronunciamentos dos parlamentares ocorreram após a participação de um de seus colegas em atos golpistas, no último dia 2, quando o vereador Sandro Benites (Patriota) chegou a discursar em manifestação pela intervenção militar e proferir diversas ofensas ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

 

Fonte: Topmidianews

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